quarta-feira, 20 de outubro de 2010

eu me vou.

cruzei as pernas e esperei.
esperei o tempo passar e levar todos os momentos. pensamentos. sentimentos e sensações.
não importa como ou quando, eu apenas desejava - como nunca -, que tudo aquilo passasse.
já não era nada como antes.
as dúvidas tomaram conta da vontade - extrema - de permanecer ao seu lado.
não tinha mais motivo ou razão; afinal, nada era como antes.
as promessas não foram cumpridas. os desejos não foram atendidos. as verdades foram alternadas.
tudo se foi. tudo se perdeu.
nada do que permaneceu, era como antes.
as músicas se tornaram mudas. as palavras doces se tornaram amargas. as verdades - rapidamente - se transformaram em ilusões.
descruzo minhas pernas e levanto.
fujo. sigo. grito. me escondo.
deixo o tempo passar entre minhas mãos - que em um milésimo de segundo - tenta te agarrar de forma triste e sincera.
eu me vou.
volto para buscar minhas bobagens lançadas. minhas estradas traçadas. minhas alegrias insensatas e minha paz almejada.
eu me vou.
antes que não possa mais alcançar a felicidade - que achei estar aí - com você.
eu simplesmente, vou.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

nada em vão.

ventava mais que o normal mas ainda sim, era fácil sentir o calor - irritante - da cidade em plena madrugada sufocante.
sem muito esforço, passei meus olhos diante das bobagens vivenciadas nos últimos meses e pude sentir - claramente e estranhamente - uma certa agitação.
realmente, nada foi em vão.
nenhum gesto. nenhuma palavra. nenhum desejo. nenhum olhar. nenhum sorriso.
tudo foi - deliciosamente - necessário.
até as intrigas - forçadas a surgir - acabaram me tirando um belo sorriso em meio aos turbilhões de pensamentos.
fiquei sentindo por horas meus cabelos dançando em meio ao vento, e não me cansei de lembrar - e vivenciar - cada sensação experimentada.
me entreguei. me rendi. e nada disso realmente foi em vão.
mesmo que o tempo ainda conclua sua missão, acredite: nada vai mudar.
e mais ainda, nada irá mudar as boas coisas que foram feitas, ditas e pensadas.
é intrigante te sentir ir embora aos poucos. é confuso. é estranho. é insano. mas talvez.. necessário.
te querer já não é tão fácil quanto parece.
seja o que for, talvez nada mais se faça necessário.
sem motivo algum, ainda sim, é demasiadamente relevante sentir que meus braços já não podem mais te alcançar; que meus beijos não podem mais te agradar e meu olhar - definitivamente - não podem mais te impressionar.
é certo que nada irá mudar mas nada se fará vão.
nada disso será em vão.