sexta-feira, 15 de outubro de 2010

nada em vão.

ventava mais que o normal mas ainda sim, era fácil sentir o calor - irritante - da cidade em plena madrugada sufocante.
sem muito esforço, passei meus olhos diante das bobagens vivenciadas nos últimos meses e pude sentir - claramente e estranhamente - uma certa agitação.
realmente, nada foi em vão.
nenhum gesto. nenhuma palavra. nenhum desejo. nenhum olhar. nenhum sorriso.
tudo foi - deliciosamente - necessário.
até as intrigas - forçadas a surgir - acabaram me tirando um belo sorriso em meio aos turbilhões de pensamentos.
fiquei sentindo por horas meus cabelos dançando em meio ao vento, e não me cansei de lembrar - e vivenciar - cada sensação experimentada.
me entreguei. me rendi. e nada disso realmente foi em vão.
mesmo que o tempo ainda conclua sua missão, acredite: nada vai mudar.
e mais ainda, nada irá mudar as boas coisas que foram feitas, ditas e pensadas.
é intrigante te sentir ir embora aos poucos. é confuso. é estranho. é insano. mas talvez.. necessário.
te querer já não é tão fácil quanto parece.
seja o que for, talvez nada mais se faça necessário.
sem motivo algum, ainda sim, é demasiadamente relevante sentir que meus braços já não podem mais te alcançar; que meus beijos não podem mais te agradar e meu olhar - definitivamente - não podem mais te impressionar.
é certo que nada irá mudar mas nada se fará vão.
nada disso será em vão.

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