quinta-feira, 17 de junho de 2010

o silêncio desconhecido

Me rendo aos desejos e me livro das insignificantes verdades.
Grito ao silêncio a minha terna ilusão.
Grito ao abismo minha liberdade.
A minha garganta já está seca – sinto o gosto amargo formigando meus lábios.
É estranho querer gritar sem motivos e silenciar por mil motivos. Sim, é confuso; é estranho.
Me acomodo ao seu lado de forma discreta e simpática – nos últimos dias, me satisfaço mais com as verdades interpretadas no olhar e as mentiras reveladas nos sorrisos.
Passei a cultivar – há pouco tempo – a instabilidade emocional que passou a me equilibrar – gradativamente – meus instintos que antes se revelavam um tanto quanto rebeldes. Passei a ter o poder de me transformar conforme minhas vontades e verdades. Ser mutável passou a ser muito mais interessante do que as estabilidade estabelecidas aleatóriamente.
Possuo o poder de transformar. Transformo o insano no agradável, a saudade em desejos, palavras em beijos e as mentiras em risos. Tenho o poder de ser realmente quem eu quero ser.
Hoje, levantei meu rosto ao sol e pude enxergar – e sentir – que minhas transformações trouxeram – delicadamente – meu velho sorriso que já estava esquecido.
Quero verdadeiramente as mentiras doces, verdades curtas e os momentos eternos.
E poder sentir ainda, o umbroso desconhecido que ainda estremece as minhas noites longas e solitárias, e que me exalta sensações - estranhamente - deliciosas.
Em noites assim, passo a ser muito mais mutável e maleável; é sem querer, mas você - realmente - me deixa assim.
Eu tenho poder de transformações.
Eu posso querer.
Quero o desconhecido, suas transformações e nossos silêncios.

Um comentário:

rodolfo marra disse...

já estava com saudades.. gostei SIM.. ¬¬