quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

lágrimas do céu.

Era fim de tarde.
Me prostei diante da chuva que acabara de iniciar - no incio eram gotas acanhadas, mas não demorou muito, e já estavam muito mais assanhadas.
Eu não me sentia - eu já estava esquecendo de mim; já estava esquecendo do mundo.
Eu precisava sentir que as lágrimas dividas estavam sobre mim, e era como de algum modo, todas elas sugassem minha melancolia.
Era como se o céu se voltassem para mim - era como se voltassem contra todos os meus fantasmas; era como se fosse o meu único defensor.
Eu acabei nem percebendo, por quanto tempo me delicei nas lágrimas dividas que o céu me propos; não me preocupei, eu apenas deixei que as gotas gélidas massageassem calmamente - alguns brutalmente - minhas costas seminua.
Era como se o céu pudesse chorar por mim, o que eu já não conseguia chorar...
Choveu por horas e horas.. E eu sem cansaço algum, fiquei prostada por horas e horas...
Era como se todos as gotas estivessem ao meu favor.
Após algum tempo, as gotas - que estavam com dificuldade de penetrar minha nuca coberta dos meus cabelos longos - me aliviaram a alma.
O céu tinha lavado minha alma. Eu já podia me sentir.
Me levantei. Devagar, para a felicidade não ir embora.
Levantei meu rosto ao vento - ainda caiam goticulas sobre mim - e sorri. Há muito tempo eu precisava desse alivio.
Sorri porque foi a única forma que encontrei para agradecer aos céus a minha nova fonte de 'felicidade'. Afinal... em dias passados eu adorava ver a chuva cair, hoje, eu passei a sentir a chuva em mim.

2 comentários:

rodolfo marra disse...

minha terça feira.. como se estivesse la.. ;*

Marcelo disse...

curte um banho de chuva?????
bjos