sábado, 24 de julho de 2010

a distância do meu relógio

a distância se fez.
me perdi de você, sem ao menos ter uma chance de me reencontrar em mim.
não tive escolhas. ninguém poderia viver - ou sentir -, por mim.
me refiz; me moldei.
passei a me moldar diante das noites solitárias; as estrelas lançaram sobre mim, a poeira - gélida - da solidão. agora estou mais fria que o necessário e muito mais distante para se alcançar; - nem as mãos que um dia tentaram alcançar o céu, puderam me agarrar no chão.
me desfiz. me perdi.
eu me perdi de você sem ao menos notar que - sinceramente - era necessário.
agora sinto a minha liberdade conquistada pelos meus pés; agora sinto a felicidade estampadas em meus olhos. de alguma forma, eu já não me encaixo nos seus desejos. não faço parte dos nossos planos.
eu já nem me importo.
o relógio não se faz. é estranho observar o tempo voltando sem ao menos pedir licença. é estranho sentir a brisa que antes eu daria tudo para sentir - mas, hoje - sinceramente - eu não sinto nada.
o mundo se desfaz. o relógio se desfaz.
não tenho medo.
me moldar passou ser viciante.
meu querer mudou. preciso me moldar naquele que não importou com o passar do relógio, e nem ao menos, com a leve brisa que há pouco tempo assanhava meus cabelos.

Um comentário:

Gabriela Câmara disse...

Li alguns de seus textos, e realmente gostei muito! Estou te seguindo. Beijos =)