quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Na janela.

Sem explicação e sem sentido, me sentei junto a janela da sala vazia e fria do andar de baixo - piso de granito era mais frio do que se esperava.
Fiquei olhando lá fora, a cidade que é tão conhecida pelo calor imenso estava diferente.
O cenário em meus olhos, me traziam a lembrança de uns 4 anos atrás onde Curitiba me fazia timida cada dia mais. Nada parecia ser igual, era tudo estranhamente interessante.
Permaneci com os olhos atentos por um tempo maior que o normal para se apreciar as notáveis mudanças.
Chovia forte. As folhas das árvores pareciam estar sendo castigadas; a grama - não tão verde agora pela mudança do céu - se deliciava com o vento que forçavam uma dança bem engraçadinha.
Chovia muito forte de formas intercaladas - como é de costume em tal estação. O que me irritava! Já estava adorando vigiar os pingos que caiam sem direção; era como cuidar da batida das asas do beijaflor na manhã de domingo.
O cheiro que estava intenso me fazia sentir saudade da infância, que era admirada da mesma forma lá da mesma piscina que hoje não é tão azul quanto antes.
O cheiro de chuva ainda me lembrava o Cocco Chanel Mademoiselle que se misturava deliciosamente na pele fresca há algum tempo.
Tudo mudou. Até a forma de se observar a chuva lá fora é diferente; antes a falta de paciência me deixava cega para muitas coisas boas que nos oferecem.
Ontem eu via a chuva.
Hoje eu vi o pôr-do-sol.
Ontem eu estava sentada na sala fria do andar de baixo.
Hoje já estou em pé na janela do quarto aconchegante.
A janela também está diferente ...

O tempo possui uma ternura bem característica de transformar tudo.

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