Era domingo ardente e fatigante.
Coloquei o rosto sob a cama gélida e delicadamente verde.
Os olhos já estavam brilhando.
Os pensamentos 'borbulhavam' a cabeça e tudo que há uma ou duas semanas atrás não tinham muito sentido passava a não fazer sentido.
Já não havia expectativa, já não havia força para abrir mão - por mais que fosse aberta inúmeras vezes -, já não era a delicia que há mais de dois anos preenchiam a alma de uma força avassaladora que acabava arrancando uma bochecha levemente rosada; a respiração já não era tão fatigante em consequencia da ansiosa espera.
Não era mais intenso. Nem apaixonado.
A busca incessante pelo avivamento da permanência de alguém estava se esgotando.
As palavras não ditas, os sentimento não revelados, a confissão não feita; o beijo mal dado; a arrogância em ascensão.
A atitude mal pensada.
A busca se encerrou e não sobrou nada. Tudo se foi.
As noites passaram a invejar a agonia da tarde do domingo ardente e fatigante.
O 'para sempre' se perdeu em mais um desconhecido 'para sempre' de uma bela noite arrogante.
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